O longo mais curto
Depois de doze dias sem correr, voltei. No sábado fiz um trote de 45 minutos e no domingo outro trote de 30 minutos. Queria ficar mais tempo parado, mas a vontade de correr estava maior. Descobri que não gosto de ficar parado quando posso correr. Se você me convidar para pedalar ou nadar, é muito provável que eu prefira ficar parado. Mas correr é diferente. Eu gosto disso. No sábado, nos primeiros passos, foi bom sentir de novo a sensação de estar em movimento, correndo na rua, ainda que a mais de 7 min/km. Ficar descansando é ótimo também, mas tem um momento que cansa.
Não correr porque você não quer ou planejou é diferente de não correr porque não pode, devido à lesão ou alguma outra coisa. Como eu estava nessa primeira parte, de ficar parado porque estava no meu planejamento, chegou um momento que não aguentei mais. Racionalmente, acredito que deveria ter ficado pelo menos uns quinze dias sem fazer nada. Só que o sábado amanhece um dia bonito, com sol e me senti mal de ficar em casa. Se eu posso, por que não ir? Doze dias é suficiente, pensei. Fui bem tranquilo, em ritmo de tartaruga, sem pressa.
Uma dúzia de dias sem fazer absolutamente nada cobra seu preço, já colocado nessa conta quando decidi parar. Até voltar no ritmo certo vai demorar um pouco, mas tudo bem. Vou devagar porque não tenho pressa. O foco e os objetivos estão todos em 2016. O começo do trote de sábado foi a coisa mais linda. UAU, ESTOU ME SENTINDO BEM, ACHO QUE VOU CONSEGUIR ATÉ CORRER MAIS DO QUE O PLANEJADO. No 1º km a perna avisou que não e no 3º km o fôlego disse NÃO VAI NÃO. A primeira impressão não ficou, como era esperado.
O trote de domingo, por outro lado, já começou com aquela sensação de que HOJE VAI SER RUIM. As pernas cansadas parecendo que tinha feito um longão ou treino intervalado no dia anterior. Coisas da inatividade. Aproveitando o momento de correr lento e sem pressa, deixei o lap do Garmin desativado. Sem voltas ou quilômetros apitando. Corri apenas com um objetivo de tempo, sem preocupação com ritmo. Outra coisa que estou tentando mudar é a minha passada. Evitando pousar com o calcanhar no chão. Estou no início da fase de adaptação. Quem sofre são as panturrilhas.
Quanto mais rápido eu corro, pior fica a pisada e todo o resto. É muito nítido isso. Como estou nessa fase mais devagar, consigo me policiar e controlar a forma como piso. Trotando entre 6:45 min/km e 7:00 min/km funciona. Vamos ver se vai dar resultado ou não. Ou se estou fazendo tudo errado e consigo uma nova lesão. Cenas dos próximos capítulos. Como serão dias de trote, devo ter mais dias de descanso. Se o planejamento sair do jeito que penso, só a partir de dezembro devo começar um período de base. Enquanto isso, seguimos trotando.