Quando quase sai o recorde
Estava para escrever isso há algum tempo, mas sempre fui adiando. Lá no dia 24 de abril, há quase um mês, o Eliud Kipchoge venceu a Maratona de Londres e ficou a 8 segundos do recorde mundial. Depois desse fato, fiquei pensando e tentando lembrar se na minha vida de corredor amador já tinha acontecido algo desse tipo.
Ficar a segundos de um recorde pessoal, faltando quase nada para alcançá-lo. Pensei, pesquisei, fui atrás e nunca aconteceu. O que costuma acontecer é nas provas de 5 km eu conseguir uma melhor marca na média do ritmo, mas a prova não tem a distância, aí fica um quase, mas não porque corri menos do que o recorde anterior.
Nas minhas buscas e lembranças, reparei que geralmente eu bato bem o recorde pessoal na distância. Nunca fiquei nessa situação, de correr, fazer força e ficar faltando quase nada. O que acontece, geralmente, é eu ter certeza que vou bater o recorde e acabo batendo, com alguma margem até, ou eu vejo que não vai dar e diminuo o ritmo.
Exemplos: nos 10 km, passei de 45:35 para 53:04, aí fiz 47:20 e 45:46. Depois dos 45 minutos, tive algumas tentativas, mas a melhor ficou em 47:29. Bem distante. Na meia, a mesma coisa. Quando melhorei o tempo, foi com alguma margem. Quando não ia ser possível, o ritmo diminuiu e até pode ter saído um tempo bom, mas não recorde.
Por fim, nas consultas encontrei um caso apenas de ficar a segundos do recorde pessoal. Em 2013, fiz 1:43:49 na Meia de Florianópolis. No mês seguinte, em Balneário Camboriú, fiz 1:44:06. O diferente desse caso é que na Meia de Balneário corri sem olhar para o Garmin, na sensação de esforço. Não sabia o tempo que estava fazendo. Só corri e descobri o tempo quando passei pelo portal.
Ou seja, a única vez que fiquei a segundos de um recorde pessoal, 17 segundos para ser exato (e 18 para bater), eu não sabia que estava tão perto. Talvez, se soubesse, ia acelerar um pouco mais, ou já teria diminuído antes. Com objetivo de tempo, de olho no relógio, ainda preciso de uma situação assim para ver se um dia fico a segundos de um recorde, imitando o Kipchoge.
Ano passado meu objetivo era fazer 10km abaixo dos 45 minutos, mas na época não tinha Garmin, fiz a corrida me baseando na marcação da prova. Quando chegou no 6o km (pela marcação), eu já estava 40 segundos atrasado. Nesta hora praticamente desisti do objetivo, pq o trecho mais plano e com sombra tinha ficado pra trás, a partir dali teria trecho com subida e sol. Depois descobri que a marcação do km 6 estava (bem) errada, terminei a prova com o tempo líquido de 45:03. 🙁
Putz! Descobriu depois da prova ou foi durante?
Porque depois acho um pouco menos frustrante do que durante.
No final.
Pra teres uma ideia, na marcação do km 8 estava quase 1 minuto atrasado, a partir dali desencanei e só olhei o tempo qdo terminei e parei o cronômetro.
3 segundos em uma “corrida valendo a alma”.
Que merda! Por isso que hoje em dia é bom, tem Garmin. Essas placas não são confiáveis.
Correr para a morte e ficar por 3 segundos deve dar um ruim na vida por uns dias haha.